NOVOS OLHARES DA BAHIA
Por Adriana Jacob
Ritos, festas, pessoas e paisagens do cotidiano
inspiram a arte do fotógrafo Ricardo Prado
inspiram a arte do fotógrafo Ricardo Prado
Do ritual de fé das ialorixás na Festa do Bembé do Mercado, em Santo Amaro da Purificação, até o cansaço estampado no rosto dos passageiros do trem do subúrbio ferroviário de Salvador. Do brilho amarelo do sol refletido no mar, à escuridão misteriosa das águas do Dique do Tororó. As manifestações culturais e religiosas que compõem a identidade baiana inspiram o trabalho do fotógrafo Ricardo Prado.
“Tento mostrar a beleza das pessoas de maneira espontânea, para que a fotografia revele a dignidade desses homens e mulheres”, explica o artista mineiro, radicado há 18 anos em Salvador. É assim com o semblante pensativo da irmã da Boa Morte. É assim com o menino que brinca, de cabeça baixa, na areia do Rio Vermelho, no registro batizado por Prado como Abaporu Nagô.
Caçador de imagens, o artista captura cenas do cotidiano ou de rituais sagrados sempre de forma natural, sem qualquer tipo de interferência sobre o objeto ou pessoa observada. “Busco registrar um olhar com novas cores sobre a realidade. Mas são sempre cores reais, por isso prefiro não interferir no cenário, apenas mostrar um novo ângulo ou horizonte”, afirma o fotógrafo.
A cidade de Salvador é outro dos focos do olhar de Ricardo Prado. Seja através de imagens aéreas da orla da capital baiana ou do entardecer no Porto da Barra, há luzes e movimentos que povoam cada cenário do lugar escolhido pelo fotógrafo para viver. Um de seus bairros preferidos, o Rio Vermelho, foi tema da exposição Odoiá – Mãe do Rio, realizada em dezembro de 2007, no Teatro Gamboa Nova, e em fevereiro de 2008, no Bar e Restaurante Póstudo. A mostra reuniu fotografias de vestígios de Iemanjá no cotidiano do bairro boêmio.
Em busca de representações da divindade considerada a mãe da grande maioria dos orixás, Ricardo Prado mergulhou no simbolismo presente nas praças, ruas, nas areias e no mar do bairro. “Em cada canto, é possível ver a própria representação da orixá, tanto em forma de esculturas da deusa, como na atividade dos pescadores, nos peixes, nas cores e formas da água e das pessoas que passam por ali”, descreve o fotógrafo, que trabalha agora na produção de um banco de imagens da Bahia. Contato: (71) 9959 0621.
Adriana Jacob é jornalista.
Matéria publicada na revista Festa & Folia #20, Salvador, Bahia, em abril de 2008.
Adriana Jacob é jornalista.
Matéria publicada na revista Festa & Folia #20, Salvador, Bahia, em abril de 2008.
2 comentários:
Nossa! Antônio Naud me recomendou vc.
Adorei as fotografias! Ótima composição.
Eu fotografo também... por hobby, sou amadora.
Da uma olhada se quiser www.flickr.com/milenapalladino
Abraços!
Sou louca por imagem e ando muito apaixonada por fotografia: estou num curso, vivo olhando fotografias dos nelhores fotógrafos do Brasil e do mundo, e Ricardo Prado é um desses... Gosto da maneira como fotgrafa pessoas; o uso da luz e da sombra é muito interessante em suas fotos, e logicamente, partilho de sua paixão por fotografia documental. Adoro!
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