terça-feira, 27 de dezembro de 2011

JIVM - TOADA DA DESPEDIDA

Meus queridos amigos, desejo que 2012 seja um ano de Harmonia em nossas vidas. Que o Amor norteie nossos passos. Saúde, Sucesso e Sorrisos. Paz, Prosa e Poesia. Abraços.
JIVM

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

JIVM - FIAT LUX



F I A T   L U X


Era uma vez o escuro,

e fez-se a luz,
a tênue luz de um candeeiro,

então questionei:
– Mal se divulga um vulto?

O candeeiro flamejou:
– Para quem está no breu
qualquer lampejo é alumbramento.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

TRAVESSIA

José Inácio Vieira de Melo

A outra margem é um título que suscita muitas abordagens, sobretudo quando o assunto é poesia e tem-se como referência um escritor como João Guimarães Rosa, cuja linguagem é um manancial que banha a todos nós, os escritores contemporâneos de língua portuguesa.
As águas de Idmar Boaventura são as mesmas do mestre Rosa, mas são, também, outras bem diversas; digamos que umas se banham nas outras para seguirem seus cursos ainda mais límpidas. Idmar é consciente dessa confluência, e assim, solitário na pluralidade, é um “rio de infindáveis margens”, que busca a terceira margem – lugar dos libertos.
A outra margem não é, necessariamente, o outro lado do rio. Pode ser também um mergulho nas profundezas das regiões abissais do ser humano, pode ser o lugar da incessante busca dessa criatura que está de passagem e que constrói “catedrais/ de vento,/ monumentos/ de plástico”, como a querer perpetuar o seu traço efêmero ou criar condições para “O retorno”.
Neste seu segundo livro, Boaventura nos oferece um “Auto-retrato” existencialista e traz todo o Cosmo em sua íris (“Sou mesmo sozinho./ Todo o universo/ mora em meus olhos,/ e o outro universo/ não me diz respeito”). No que tange ao aspecto formal de sua lírica, é possível fazer aproximações com Antonio Brasileiro e Roberval Pereyr, poetas de sua admiração, assim como com o já citado Guimarães Rosa.
Além dos poemas inéditos, A outra margem reapresenta 19 poemas de seu belo livro de estréia O desossar das horas, vencedor do prêmio Tribuna Cultural 2001, do jornal Tribuna do Sertão, da cidade de Feira de Santana. Nesses poemas, Idmar viola os templos e “viaja até a última fronteira”, numa linguagem seca e apurada que “vaga sem destino/ nos escuros vãos/ da memória”.
Idmar Boaventura é um representante do que há de mais vigoroso na novíssima poesia da Bahia. Seus versos produzidos até agora demonstram seu potencial e já lhe conferem uma credencial. Na verdade, trata-se de um estigma mesmo – Idmar Boaventura é mais um gauche na vida, traz as asas do albatroz, é um fatalizado pela palavra poética.
Ao fazer a travessia para (e por) A outra margem, o leitor vai ter a oportunidade de se banhar nas águas da existência e, como o poeta, descobrir “que entre mim e mim mesmo/ há cem mil léguas de abismo”.

Apresentação do livro de poemas A outra margem (Selo Letras da Bahia, 2008)

domingo, 11 de dezembro de 2011

JIVM NA VII FLIPORTO - REGISTROS

VII FLIPORTO
Festa Literária Internacional de Pernambuco
Olinda - PE – 11 a 15 de novembro de 2011


José Inácio Vieira de Melo e Maria Paula, atriz e escritora, autora de Liberdade crônica, 12/11/2011

 José Inácio Vieira de Melo e Gonçalo M. Tavares, escritor português autor de Jerusalém e Uma viagem à Índia – 12/11/2011

 Fernando Báez, venezuelano, autor de História universal da destruição dos livros, e José Inácio Vieira de Melo – 13/11/2011

 José Inácio Vieira de Melo e Rogério Pereira, editor do jornal Rascunho – 13/11/2011

 Assaad Zaidan, escritor libanês autor de Letras e História - mil palavras árabes na língua portuguesa, Mamede Mustafa Jarouche, tradutor de As mil e uma noites, José Inácio Vieira de Melo e uma jornalista – 13/11/2011

José Inácio Vieira de Melo e Antônio Campos, escritor e curador da Fliporto – 13/11/2011 

 José Inácio Vieira de Melo e Raimundo Gadelha, escritor e editor da Escrituras Editora – Lançamento da antologia de poemas de JIVM 50 poemas escolhidos pelo autor, 14/11/2011

 José Inácio Vieira de Melo lendo o poema "Nero", Lourdes Sarmento, Carlos Souza, Delasnieve Daspet e Vera Passos – Lançamento da antologia de poemas de JIVM 50 poemas escolhidos pelo autor, 14/11/2011

José Inácio Vieira de Melo soltando um aboio no lançamento da sua antologia 50 poemas escolhidos pelo autor, 14/11/2011 

 José Inácio Vieira de Melo no lançamento da sua antologia 50 poemas escolhidos pelo autor, 14/11/2011

 José Inácio Vieira de Melo no Mirante da Ribeira, Olinda – Alt Fest Fliporto, 14/11/2011

 Na Oca das Artes no Alt Fest Fliporto no Mirante da Ribeira – Adriana Mayrinck, JIVM, Silvia Schmidt , Tuppan Poeta, Alexandre Revoredo e Stephany Metódio , Ricardo Lisboa, Daniela Galdino, Beliza Parente e Lorenza Mucida, 14/11/2011

José Inácio Vieira de Melo e Maria Paula, atriz e escritora, autora de Liberdade crônica, 14/11/2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

TROPIKAOS - O NOVO CANGAÇO CULT

José Inácio Vieira de Melo


Carlos Drummond de Andrade intitulou seu primeiro livro de Alguma Poesia. Júlio Lucas resolveu chamar seu poemário de Novamente Poesia, que é um título bastante curioso para um livro de estréia. Paradoxal, à primeira vista, traz nas entrelinhas um sentido de renovação, como se o poeta quisesse mostrar que a poesia se renova toda vez que um poeta publica um livro.
“Das canções de alma”, nomenclatura da primeira sessão, diz muito do universo poético de Júlio Lucas. Sua ligação com a cultura pop, sobretudo com a música popular brasileira, é uma marca que sobressai nas três partes em que está dividido o livro. As outras duas são “Das canções de vísceras” e “Novamente Poesia”.
As canções ouvidas pelo autor ao longo de sua existência ficaram de tal modo impregnadas no seu íntimo que condicionaram o ritmo de seus versos. Ao ler os poemas de Júlio Lucas, a impressão que fica é de que uma canção está sendo executada. Por vezes, a marcação é de uma balada suave a seduzir a sua amada; em outros momentos, os versos seguem o andamento de um blues – e tudo é dito de modo espontâneo, celebrando o cotidiano, com seus entraves e seus encantos.
No poema inicial, “Muito prazer”, Júlio se apresenta como “herói de faroeste caboclo” “do Novo Cangaço Cult”. E vai deixando pistas das suas referências poéticas, que passam pelo rock brasileiro – representado nos versos acima citados pela alusão à música “Faroeste caboclo” da banda Legião Urbana – e pelos poetas Waly Salomão e Ferreira Gullar, sobretudo o Waly escrachado e o Gullar da poesia social.
Júlio conclui sua apresentação, dizendo ser “todos estes faróis de banidos que vos falam”.  E fala do alto de sua patente de cangaceiro, quiçá um novo Virgulino Ferreira da Silva. E fala com a coragem de um guerrilheiro, quiçá um novo Ernesto Guevara.
O novo Cangaço Cult parece ser o cenário da sua estética, que se fundamenta nos anseios tropicalistas, expostos e explorados no poema “Tropikaos”, que desvenda, desafia, desfia, chuta, extrai, sorve e cospe “nos pretores culturais/ na coerência puritana/ na estética estática”.
E outras referências afloram no decorrer da leitura. Desde “os pincéis flutuantes de Pollok” até “a falsa modéstia de Tom Zé”. São tantas influências explícitas! É melhor deixar para que o leitor atento tenha o prazer de descobri-las. Mas uma se destaca com tanta intensidade, na sessão “Novamente Poesia”, que é preciso fazer menção, trata-se do poeta paranaense Paulo Leminski, o bandido que falava latim, com o qual Júlio dialoga na maioria dos poemas desse capítulo. E é aqui que Júlio Lucas se realiza melhor enquanto poeta, criando hai-kais que dão mostra do seu poder de síntese e de sua inclinação para a poesia minimalista. Um belíssimo exemplo é “Arte de menino”:

Menino lança a pedra
Quica salpica no espelho d’água
E a vidraça do céu estilhaça

Quem é capaz de fazer um poema com esse poder imagético, pode dizer que tem um caminho poético a seguir. E mais não precisa ser dito, os poemas falam por si.

Prefácio do livro de poemas Novamente Poesia (Ponto e Vírgula, 2011)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

10ª BIENAL DO LIVRO DA BAHIA - POESIA, SEMPRE VIVA - REGISTROS

10ª Bienal do Livro da Bahia
Mesa redonda: Poesia, sempre viva
Debate com os poetas Ângela Vilma, Antonio Brasileiro e Mariana Ianelli.
Mediador: José Inácio Vieira de Melo
Fotos: Ricardo Prado
Data: 5 de novembro de 2011

 José Inácio Vieira de Melo

 Mariana Ianelli, Antonio Brasileiro, Ângela Vilma e José Inácio Vieira de Melo

 Ângela Vilma

 Mariana Ianelli, Antonio Brasileiro, Ângela Vilma e José Inácio Vieira de Melo

Mariana Ianelli

 Antonio Brasileiro, Ângela Vilma e José Inácio Vieira de Melo

 Antonio Brasileiro

 Mariana Ianelli

 José Inácio Vieira de Melo

Mariana Ianelli, Antonio Brasileiro, Ângela Vilma, José Inácio Vieira de Melo e o público

 Antonio Brasileiro, Mariana Ianelli, José Inácio Vieira de Melo e Ângela Vilma

 Mariana Ianelli e José Inácio Vieira de Melo