quarta-feira, 20 de julho de 2011

LANÇAMENTO DA COLETÂNEA SANGUE NOVO



SANGUE NOVO: 21 POETAS BAIANOS DO SÉCULO XXI

A Escrituras Editora tem o prazer de lançar o livro Sangue Novo: 21 Poetas Baianos do Século XXI, organizado pelo poeta José Inácio Vieira de Melo.
O lançamento vai acontecer na LDM Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, em Salvador, no dia 23 de julho (sábado), das 10 às 14 horas.
Nesta coletânea, foram selecionados 21 poetas nascidos a partir de 1980, baianos ou radicados na Bahia. Dez residem em Salvador: Alexandre Coutinho, André Guerra, Bernardo Almeida, Fabrício de Queiroz Venâncio, Gabriela Lopes, Gibran Sousa, Priscila Fernandes, Saulo Moreira, Vânia Melo e Vanny Araújo. Caio Rudá Oliveira, Georgio Rios e Ricardo Thadeu são de Riachão do Jacuípe. Clarissa Macedo e Lidiane Nunes residem em Feira de Santana. Edson Oliveira e Érica Azevedo moram em Santo Estevão. Gildeone dos Santos Oliveira é de Retirolândia. Janara Soares é de Barreiras. Vitor Nascimento Sá é de Maracás. Daniel Farias reside na cidade de São Paulo.
A coletânea conta com a apresentação do escritor e ensaísta Mayrant Gallo, que afirma “Cada poeta se aferra ao seu método de criação e à sua técnica, baseados ambos em suas escolhas pessoais, mas, em geral, o objetivo é o mesmo: acender uma luz no nevoeiro e ascender da obscuridade para a vitrine das relações com o mundo”.
Nas palavras de José Inácio “Sangue Novo muito tem do sangue poético que ora circula pela Bahia e pelos brasis, assim como do velho e bom sangue dos mestres do século XX, que deixaram uma obra que quanto mais o tempo passa, mais se pereniza”. A maior parte destes jovens poetas não tem livro publicado, divulgam seus versos em blogs. São poetas cheios de potencialidades, interessados em se organizar, em promover debates e em mostrar suas produções.
José Inácio Vieira de Melo é poeta, jornalista e produtor cultural. Tem cinco livros de poemas publicados, sendo Roseiral (Escrituras Editora, 2010) o mais recente. Já organizou outras importantes antologias, como é o caso de Concerto lírico a quinze vozes – Uma coletânea de novos poetas da Bahia (Aboio Livre Edições, 2004) e a agenda Retratos Poéticos do Brasil 2010 (Escrituras Editora, 2009). Coordenador e curador de vários eventos literários, como o Porto da Poesia, na VII Bienal do Livro da Bahia (2005) e a Praça de Cordel e Poesia, na 9ª Bienal do Livro da Bahia (2009).
Durante o lançamento irá acontecer um recital com poemas dos 21 poetas do Sangue Novo, recitados por alguns dos integrantes.

Livro: Sangue Novo: 21 Poetas Baianos do Século XXI
Organizador: José Inácio Vieira de Melo 
Apresentador: Mayrant Gallo
Ilustrador: Fernando Aguiar
Autores: Alexandre Coutinho, André Guerra, Bernardo Almeida, Caio Rudá Oliveira, Clarissa Macedo, Daniel Farias, Edson Oliveira, Érica Azevedo, Fabrício de Queiroz Venâncio, Gabriela Lopes, Georgio Rios, Gibran Sousa, Gildeone dos Santos Oliveira, Janara Soares, Lidiane Nunes, Priscila Fernandes, Ricardo Thadeu, Saulo Moreira, Vânia Melo, Vanny Araújo e Vitor Nascimento Sá.
Editora: Escrituras Editora
Páginas: 248
Preço: 
R$ 30,00

sexta-feira, 15 de julho de 2011

PROJETO UMA PROSA SOBRE VERSOS RECEBERÁ O POETA MINEIRO ALEXANDRE BONAFIM




Hoje tem poesia na cidade de Maracás. O projeto Uma Prosa Sobre Versos vai receber o poeta mineiro Alexandre Bonafim, para uma integração com a comunidade maracaense.
O projeto já está no quarto ano, o que faz de Maracás a cidade pioneira da poesia no Vale do Jiquiriçá e uma referência no estado da Bahia e no Brasil.
Observando os resultados positivos, os municípios de Iramaia, Nova Itarana e Planaltino estão desenvolvendo projetos similares. No dia seguinte, sábado, 16 de julho, o poeta Bonafim participará de um evento da mesma natureza na cidade de Nova Itarana, onde também será homenageado.
Mais uma vez o poeta convidado e todos os que se fizerem presentes ouvirão um recitais do Grupo Concriz, da cidade de Maracás, e do Grupo Renascer, da cidade de Planaltino. O Grupo Concriz recitará poemas do livro Arqueologia dos acasos. Já o Grupo Renascer preferiu selecionar poemas de vários livros de Alexandre Bonafim. O poeta que se prepare para sentir a força dos seus próprios versos. Haverá um momento musical com o grupo Versão Beta.
Em seguida, O poeta José Inácio Vieira de Melo, curador do projeto, fará um bate papo sobre literatura e assuntos afins com Alexandre Bonafim, que também responderá perguntas da plateia. Aberto às comunidades de Maracás, de Nova Itarana e cidades vizinhas, os dois eventos são gratuitos, e começam às 19 hs 30 min. Em Maracás, acontecerá no Auditório Municipal. Em Nova Itarana, na Câmara Municipal de Vereadores. Vá e leve seus amigos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

VERÔNICA DE VATE - ALEXANDRE BONAFIM




ALEXANDRE BONAFIM nasceu em Belo Horizonte em 1976. Viveu na capital mineira até os 8 anos de idade. Em seguida, passou a residir em Franca, interior de São Paulo. Morou também em Assis, Alemanha e, agora, reside em Goiânia. É poeta, ficcionista e crítico literário. Publicou os seguintes livros de poesia: Biografia do deserto (2006), A outra margem do tempo (2008), Sagração das despedidas (2009), Sob o silêncio do anjo (2009), Arqueologia dos acasos (2010) e Arquipélago do silêncio (2011). Teve seu conto "O cavalo azul" publicado na antologia portuguesa "Um rio de contos", livro no qual autores de Portugal e Brasil foram reunidos, em importante antologia. Participa da antologia Roteiro da poesia brasileira, da editora Global, organizada por Marco Lucchesi. É mestre em Estudos literários pela UNESP, defendendo a seguinte dissertação: A graça poética do instante: poesia e Memória em Rubem Braga. Tal trabalho foi publicado em livro com o mesmo título. Atualmente é doutorando em Literatura Portuguesa pela USP, desenvolvendo pesquisa sobre a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.


Eu sempre fui o pastor do teu riso,
a infância de tua morte,
a eternidade de tua voz.
Eu sempre fui o grito de tua nudez,
as vestes de teu pensamento,
a música de tua carne.
Em ti dissolvi o mar,
as constelações,
as mais ásperas paisagens.
Em ti respirei os abismos,
as interditas palavras,
as horas mais efêmeras.

Fomos dois punhais surdos
a cortarem o silêncio das pedras.



XVII

Para enfrentar a tua beleza,
era necessário amparar-me
na luz dos relâmpagos,
no frêmito dos rios profundos,
na queda dos pássaros;
era preciso agarrar-me
a tudo o que era frágil,
a tudo o que se findava
num leve palpitar de asas.
Não poderia estar só
ante a tua beleza...
Para fitá-la necessitaria
estar de mãos dadas
com todos os desastres,
com todas as febres.
Se livremente olhasse
o teu semblante,
sem me iniciar no rito
de tua delicadeza,
a carne dos meus olhos secaria,
meus ossos como vidro quebrariam,
toda sede e toda fome
devastariam meus dias.
Porque tua beleza
é toda simplicidade,
toda leveza, toda dádiva;
é a sombra de um vôo
que passou pela minha vida
e fez ninho onde nunca existirei.