sábado, 21 de agosto de 2010
TRÊS POEMAS DE CLARISSA MACEDO
CRISÓLITO
Era um homem nu.
Arrotado pelas têmporas do tempo
No acalento
Desdenhava de si, do outro
E do outro,
Aqueles lobos emoldurados
Em seus quintais.
Desenhando um traço,
Fino trato da rima perdida.
Caçando cachos de seu destempero
Em face do advento seu,
Nas pútridas petrolíferas,
Limpando as passadas,
Erguia seu tom negruminoso
E desconcertante,
Sente a pré raiz...
Suas tripas crispadas
De ontem,
Apenas lavadas
Por seu despertar salgado,
Exíguo e nédio,
Distorcem e quedam
LINHITA
Boi homem
Quer aquilo que não pode ter
Num Vesúvio
Mercenários reprimidos a espirrar
Sua chama fria...
Ecos a vaticinar clangores póstumos
VIOLÃO CHORADEIRO
Pousou abelha,
Doce ser de ferrões,
Na capa violeta
Do instrumento de cordas
Cordas de notas
Antigas e solitárias
Belas errantes
Da vida trivial –
A brevidade triste
Voou a abelha
Sem deitar seu instinto
Ouviu a melodia
Do acorde matizero
Anelagem soturna
Sofreguidão bonina
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7 comentários:
Com certeza mais um bom sangue novo a Clarissa. Versos que tocam, prosa que vai ganhando sua forma e outros etc.
Poetisa, como dito, "de ouro". Da cor do seu "Crisólito", um belo poema por sinal.
parabéns aos olhos do JI
e abraços a moça
Este espaço tem proporcionado leituras de descobertas, a cada post uma nova supresa.Clarissa.Parabéns, Inácio, avante, muito bom mesmo!
Inácio, parabéns pelas descobertas!Clarissa, parabéns pelos belos poemas! Ótimos versos!
Ela parece toda poesia. Nas respostas, ela já é poeta. Quanta paixão! O poema LINHITA me lembra muito o ritmo de Cleberton Santos, como em Concerto para ninar calangos.
Palavras de chumbo, imagens fortissimas a Clarissa constroi, parabéns!
Lindo o poema crisólito.
parabéns, clarissa.
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