domingo, 1 de fevereiro de 2009

VERA LÚCIA DE OLIVEIRA - VOZES


V O Z E S

dizia que ouvia umas vozes provindas das coisas
que todas as coisas estavam povoadas
que as coisas habitavam os corpos
que quando uma pessoa saía a coisa
ficava gemendo a ausência como um cão
que não pode viver sem a ternura do seu dono

VERA LÚCIA DE OLIVEIRA

Um comentário:

Anônimo disse...

Que poema bonito e esquisito. Muito boa essa poeta. Confesso que não tinha ouvido falar dela até então. Gostei mesmo.

Fátima Nunes