Acabo de receber a agenda Brasil Retratos Poéticos 2013,
da Escrituras Editora. Esta agenda traz fragmentos poéticos de 35 poetas do
Ceará, escolhidos por mim. Dentre eles, Gerardo Mello Mourão, Francisco
Carvalho e José Alcides Pinto. Já havia feito a seleção de poetas para a
Retratos Poéticos de 2010, quando escolhi 46 poetas da Bahia. Confesso que
foi bem mais difícil fazer a seleção dos poetas cearenses, devido a dificuldade
de comunicação, apesar de vivermos on line praticamente o tempo todo. Mas aí
está o trabalho realizado, o que me dá uma grande alegria. Para os
interessados em adquirir, está à venda nas livrarias, em sites e portais. Logo
abaixo, o texto que fiz para apresentação da agenda.
CELEBRAÇÃO DE RETRATOS
POÉTICOS
E IRRADIAÇÃO DA POESIA CEARENSE
A publicação Brasil Retratos Poéticos completa 15
anos. Ou seja, são 15 anos de celebração da palavra poética brasileira, em
edições que apresentaram um panorama da poesia de vários estados, dentre eles,
Bahia, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. E ainda
mais, poemas de Raimundo Gadelha ilustrados por imagens de grandes fotógrafos
brasileiros que revelam paisagens encantadoras dos vários brasis que há dentro
do Brasil.
Para abrilhantar esta edição comemorativa, Brasil Retratos Poéticos apresenta 35 poetas cearenses, numa significativa
amostra que passeia pela poesia do século XIX até as mais recentes produções da
primeira década do século XXI. Nomes como Juvenal Galeno, considerado “o
pioneiro do folclore nordestino”, Antônio Sales, fundador da Padaria
Espiritual, e José Albano, poeta idiossincrático, aparecem como representantes
do século XIX e da poesia primordial do Ceará.
No século XX, a poesia brasileira passa por várias
e significativas transformações, quando vanguardas das mais diversificadas
orientações surgem, causando grande rebuliço. Na primeira metade do século, a
poesia feita no Ceará, grosso modo, ainda apresentava chiliques passadistas. É
possível falar de uma irradiação estética, nos poetas que surgem após a Geração
Clã, na década de 1950. José Alcides Pinto, principal responsável pela
introdução do Concretismo no Ceará, e Francisco Carvalho são dois dos mais
representativos poetas surgidos nesta época. Ao lado de Gerardo Mello Mourão,
poeta épico planetário, formam, quiçá, a tríade de poetas cearenses de maior
notoriedade do século XX. Isso sem falar
da poesia popular, pois nessa seara temos o nome imbatível de Patativa do
Assaré.
A partir da década de 1960, surgiram novos
grupos, como o SIN (1968) e o Siriará (1979). Do grupo SIN, destacam-se, dentre
outros, os poetas Pedro Lyra e Sânzio de Azevedo. O grupo Siriará, fundado por
Rogaciano Leite Filho, traz os poetas Batista de Lima, Rosemberg Cariry e Márcio
Catunda, entre outros que, em algum momento, participaram do grupo ou são seus
contemporâneos, como Dimas Macedo, Luciano Maia, Adriano Espínola e Carlos
Augusto Viana.
E a poesia cearense continua a irradiar os
sertões, a selva de concreto e os “verdes mares bravios”, apresentando jovens e
vigorosos poetas, seja nas suas publicações individuais, nas páginas virtuais
do Jornal de Poesia (de Soares
Feitosa) e da revista eletrônica Corsário,
nas páginas coloridas da revista Arraia PajéUrbe
ou em coletâneas, como a Antologia
Massanova (2007) que reúne 34 poetas do século XXI.
JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
Poeta, jornalista e produtor cultural
4 comentários:
Parabéns, Zé, por mais este trabalho. Ainda não tenho seu mais recente livro, o "Pedra Só". Quando vc aparecer aqui em SSA, me dê um toque. Abr (carlos barbosa)
Li o artigo-resumo sobre a poesia cearense feito por voce. Faltou mencionar a revista o Saco, a revista literaria e poética mais importante do Ceará da segunda metade do século XX.
Já passei por isso aqui na Bahia, adoro a sua curadoria e o resultado final do trabalho. Parabéns, e muita sorte no caminho!!!! Obrigada por me incluir naquele belo projeto! Alforrias já estava lá!!!!!
Agradeço o espaço e a oportunidade para essa blogueira despenteada estar ao lado de grandes poetas desse Ceará grande!
Grande abraço, JIVM!
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