quarta-feira, 20 de maio de 2009

ANTONIO CALLONI - VERMELHO

foto Ricardo Prado
José Inácio Vieira de Melo lendo o poema Vermelho, de Antonio Calloni


VERMELHO


Vermelho espelho
espelha o seio
o seio rosado
de canto sereia

No seio segredo
de leite eterno
de seio espelhado
no espelho vermelho

E o barco do homem
no espelho alado
avista o seio
no espaço rasgado

Mares e seio
na unidade matéria
descendem do Deus
homens, grutas, artéria

Eterno e contínuo
o espelho espelha
seios, barcos, homens
além do olhar
da cona
do falo
além do suar
espelha a mulher
a cantar a beijar
o homem do barco
ferido de ar
pelo fogo da língua
sereia e luar

O espelho vermelho
espelha o corpo lunar
corpos lua
corpos luar
e o barco do homem
viaja no ar
do canto sereia
corpos
lua
luar


ANTONIO CALLONI

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