PARTILHA DE DEVANEIOS – VANNY ARAÚJO nasceu em 19 de março de 1991, em Aracaju, Sergipe, e mudou-se para a capital baiana aos 10 meses. Sempre teve inclinação para as artes e desenvolveu uma paixão específica pela literatura, por ter vivido cercada de livros. Mantém desde 2007 o blog A vida é beijo doce em boca amarga (http://www.sophianonima.blogspot.com/), o que a permite compartilhar os seus devaneios e atenuar as suas angustias, através dos personagens que cria. Ingressou em 2009 no curso de Letras Vernáculas da Universidade Federal da Bahia. Tem como projeto de vida uma carreira voltada para publicações literárias. Vamos ouvir o que tem a dizer a mais nova Sangue Novo, a caçula do grupo.
JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO – Vanny, por que inventar de ser poeta? Ou já se nasce poeta? E o que é ser poeta? E o que é a poesia?
VANNY ARAÚJO – Acho que a gente já nasce sendo poeta. Com aquela marca característica de quem nasce assim, cabeça das nuvens, mania de pensar demais, de amar demais todas as coisas. Mas isso não significa que uma pessoa não possa se descobrir poeta ao longo da vida. Um analfabeto pode ser um poeta fantástico. Poesia não é só meia dúzia de palavras numa folha. Poesia pode ser até uma folha em branco. Poesia é sentimento. E ser poeta é compreender esse sentimento e enxergá-lo nas pequenas coisas.
JIVM – Quais são os poetas que lhe fazem delirar e que lhe acompanham nos seus sonhos? O que lhe inspira? Que autores são referenciais? O que anda lendo no momento?
VA – Ah, não saberia viver sem eles! Paulo Leminski, Alice Ruiz, Mário Quintana, Florbela Espanca, Elisa Lucinda. Gosto muito de poesia feita por mulheres. O que me inspira? Acho que o mundo me inspira. A tristeza do mundo. A angústia. Gosto de escrever prosa sobre seres humanos em situações limites. Porém, paradoxalmente, gosto de poesias doces, felizes, amáveis. Me identifico muito com o fantástico Caio Fernando Abreu. Acho que fomos parentes numa outra dimensão...
Ando lendo um livro que ganhei do namorado, A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta. Curiosidades sobre a origem das palavras. Gosto muito de etimologia e ele é super gostoso de ler.
JIVM – Você escreve prosa, poesia e prosa poética. O que diferencia cada uma dessas linguagens?
VA – Adoro histórias. Adoro escrever sobre pessoas que eu nunca poderei ser. Por isso gosto muito de escrever contos. Histórias curtas, na medida certa, sobre personagens às vezes não tão interessantes assim. Mas não consigo me dissociar da poesia enquanto escrevo em prosa. Por isso a maioria dos meus escritos se tratam de prosa poética. Com muitas imagens, ritmo, e metáforas fáceis de se visualizar. Acho que a diferença está mais no ler do que no escrever. Conseguiríamos versar qualquer texto se quiséssemos. E como eu falei anteriormente, poesia está em tudo que se vê...
JIVM – Como é fazer poesia em um tempo que privilegia a velocidade e especialização constantes, em um tempo de parafernálias tecnológicas que nos aproximam virtualmente e, muitas vezes, enfraquecem os encontros, os contatos físicos?
VA – Não acho que a tecnologia atrapalhe em nada, acho até que aproxima. Se nascesse no século passado, provavelmente morreria sem que uma só alma lesse meus textos. O blog me proporcionou uma vontade maior de mostrar o que eu mais gosto de fazer. O problema todo está na cabeça das pessoas. Uma tela não substitui um rosto, um teclado não substitui um aperto de mão, uma caixa de som não é a mesma coisa que a voz. Mas pode parecer tão mais fácil se esconder atrás de uma máquina!
JIVM – E você, moça de 19 anos, o que pretende com a sua escrita? Algum livro no prelo? Qual a novidade em estar vivo? E o que mais?
VA – Seria audácia minha dizer que pretendo viver disso. Mas, quem sabe? Sinceramente não me vejo fazendo outra coisa. Que o universo e todas as estrelas do céu conspirem a favor disso!
Não tenho nenhum outro projeto literário em vista, até o presente momento. Mas novamente, quem sabe? O que pintar, eu faço. Termino com uma frase de Caetano: "Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria, isto pra mim é viver".
JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO – Vanny, por que inventar de ser poeta? Ou já se nasce poeta? E o que é ser poeta? E o que é a poesia?
VANNY ARAÚJO – Acho que a gente já nasce sendo poeta. Com aquela marca característica de quem nasce assim, cabeça das nuvens, mania de pensar demais, de amar demais todas as coisas. Mas isso não significa que uma pessoa não possa se descobrir poeta ao longo da vida. Um analfabeto pode ser um poeta fantástico. Poesia não é só meia dúzia de palavras numa folha. Poesia pode ser até uma folha em branco. Poesia é sentimento. E ser poeta é compreender esse sentimento e enxergá-lo nas pequenas coisas.
JIVM – Quais são os poetas que lhe fazem delirar e que lhe acompanham nos seus sonhos? O que lhe inspira? Que autores são referenciais? O que anda lendo no momento?
VA – Ah, não saberia viver sem eles! Paulo Leminski, Alice Ruiz, Mário Quintana, Florbela Espanca, Elisa Lucinda. Gosto muito de poesia feita por mulheres. O que me inspira? Acho que o mundo me inspira. A tristeza do mundo. A angústia. Gosto de escrever prosa sobre seres humanos em situações limites. Porém, paradoxalmente, gosto de poesias doces, felizes, amáveis. Me identifico muito com o fantástico Caio Fernando Abreu. Acho que fomos parentes numa outra dimensão...
Ando lendo um livro que ganhei do namorado, A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta. Curiosidades sobre a origem das palavras. Gosto muito de etimologia e ele é super gostoso de ler.
JIVM – Você escreve prosa, poesia e prosa poética. O que diferencia cada uma dessas linguagens?
VA – Adoro histórias. Adoro escrever sobre pessoas que eu nunca poderei ser. Por isso gosto muito de escrever contos. Histórias curtas, na medida certa, sobre personagens às vezes não tão interessantes assim. Mas não consigo me dissociar da poesia enquanto escrevo em prosa. Por isso a maioria dos meus escritos se tratam de prosa poética. Com muitas imagens, ritmo, e metáforas fáceis de se visualizar. Acho que a diferença está mais no ler do que no escrever. Conseguiríamos versar qualquer texto se quiséssemos. E como eu falei anteriormente, poesia está em tudo que se vê...
JIVM – Como é fazer poesia em um tempo que privilegia a velocidade e especialização constantes, em um tempo de parafernálias tecnológicas que nos aproximam virtualmente e, muitas vezes, enfraquecem os encontros, os contatos físicos?
VA – Não acho que a tecnologia atrapalhe em nada, acho até que aproxima. Se nascesse no século passado, provavelmente morreria sem que uma só alma lesse meus textos. O blog me proporcionou uma vontade maior de mostrar o que eu mais gosto de fazer. O problema todo está na cabeça das pessoas. Uma tela não substitui um rosto, um teclado não substitui um aperto de mão, uma caixa de som não é a mesma coisa que a voz. Mas pode parecer tão mais fácil se esconder atrás de uma máquina!
JIVM – E você, moça de 19 anos, o que pretende com a sua escrita? Algum livro no prelo? Qual a novidade em estar vivo? E o que mais?
VA – Seria audácia minha dizer que pretendo viver disso. Mas, quem sabe? Sinceramente não me vejo fazendo outra coisa. Que o universo e todas as estrelas do céu conspirem a favor disso!
Não tenho nenhum outro projeto literário em vista, até o presente momento. Mas novamente, quem sabe? O que pintar, eu faço. Termino com uma frase de Caetano: "Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria, isto pra mim é viver".
8 comentários:
sejam bem-vindos vanny..,
vc e seus belos prosoemas.
Seja muito bem vinda, você e os seus versos leves... E.O.
Torcendo por você no projeto!
Mon Petite! Você nem precisa de torcida! haha
Bem-vinda Vanny,
O Sangue Novo ganha ainda mais fôlego!
Abraço,
Dona Moça, aqui estão palavras de quem constroe caminhos, e ainda mais, caminhos poeticos. Abraços e poesia!
Desejos de sucesso para Vanny Araújo.
Parabéns pela entrevista.
Então, lindíssima.
Feliz que o Sangue Novo inclui você, também. E Gabi, e Saulo: uma farra que começou em algumas aventuras de criação literária.
Bj
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