terça-feira, 15 de junho de 2010

JIVM - TRANSMUTAÇÃO


Escultura: David, de Gian Lorenzo Bernini


TRANSMUTAÇÃO


Eu jogo uma pedra em tua cabeça para que ela cresça em dor.
Para que, plantada em tua cabeça, a pedra frequente a tua existência
e desperte em ti a vontade de plantar pedras em outras cabeças.

Eu tenho uma vontade enorme de que um dia toda a humanidade
jogue pedras e que Deus receba a pedrada certeira, exata.



JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

15 comentários:

Thiago Lins disse...

Inácio, meu caro, os dois últimos versos, são de uma dissonância única, que atesta a poesia como verdadeiro elemento sagrado de nossos tempos. Felicitações. Aquele abraço. T

Leo Lobos disse...

Mis saludos fraternos desde Santiago de Chile, un agrado visitar su espacio de creación y divulgación cultural, mis saludos estimado poeta

Leo Lobos

Carmen Regina disse...

Poeta José Inácio,
o Poema Transmutação é uma dádiva.
Abraçosfraternos

Sérvio Túlio disse...

José parabéns pelo teu blog
todo ele cheira a poesia
É uma agrande satisfação visita-lo
e sentir em cada poema
a sua força vital(sentir o teu pasto de sangue e poético.

(E falando do Roseiral) ao lê-lo
ele me deu de presente
um poema) Um soneto chamado (soneto da pedra com rosa dentro)

(E que Deus consiga a pedra do teu poema)e consiguindo nos devolva em forma de mais e mais poemas.)Abraço
e obrigado pelo livro.

Urariano Mota disse...

Belo poema, José Inácio.
Abraço.

Orlando Pinheiro da Silva disse...

bom!
vou compartilhar!

Jeovah Ananias disse...

Que poema forte! A pedrada saiu certeira. A humanidade está precisando mesmo de um alerta, e seu poema faz isso muito bem. Sem contar a presença marcante do ritmo. Sem dúvidas, esse poema curto de versos longos, é um acontecimento. Parabéns!

Jeovah Ananias

Luís Antonio Cajazeira Ramos disse...

Me lembrei de um poema do “Fiat breu”:

Memórias da casa dos mortos

Mais parece um túmulo meu corpo de pedra.
Túmulo de tantas sensações.
Pedra sem vida – pedra.

Mais parece um túmulo meu coração de pedra.
Túmulo de tantas paixões.
Pedra sem amor – pétrea.

Mais parece um túmulo meu espírito de pedra.
Túmulo de tantas razões.
Pedra sem ideia – petrificada.

Em visita a esse cemitério de jazigos e lápides,
levei uma pedrada. E o sangue possível foi
a palavra.

Gibran Sousa disse...

Juntemos nossos bodoques ao de José Inácio.

♥†™•€M€®Søn•º™†♥ •○дя©диjø○• disse...

Esse poema me Surpreendeu! como sempre, você está se superando a cada poema. Parabéns por essa obra de arte.

Em outras palavras, amei.

Eunice Arruda disse...

Gostei de sua forte e bela poesia. Eunice Arruda

Lui Pereira disse...

cara que poema lindo....viagem da zorra...abração poeta.

Antonio de Pádua Souza Silva disse...

Muito antes de ti,
um outro poeta atiçou a pedra,
muito antes dele,
muitas outras pedras foram atiçadas...

e Deus, cônscio de si e da loucura dos poetas,
tornou-nos pedras
e aí perdemos a essência
do que somos primórdios...


Pádua

Rubens Jardim disse...

José,
Palavras certas –palavras setas. E certeiras no alvo.
Parabéns!
Abraço fraterno
Rubens Jardim
WWW.rubensjardim.com

alexandre coutinho disse...

mas que não nos falte a água
para poder perfurar
e levar por aí
a dureza das
coisas ;)

lindo o poema!