sábado, 27 de março de 2010

JIVM - CÂNTICO DOS CÂNTICOS


Ilustração: Daniel Biléu


CÂNTICO DOS CÂNTICOS


Que as tuas nádegas aventureiras estejam abertas
para o poema em linha reta que te ofereço,
que a minha escrita torta e avessa
chegue linheira na olaria de tua carne
e ardas e ardo neste morno forno
das tuas nádegas tão abundantes.

Das tuas nádegas tão montanhosas
o horizonte é mais macio e a minha linguagem
saboreia o mel do fel que trazes
e de teus olhos gemem os arco-íris
e teu corpo todo é um esplendor, uma assombração
e quanta delícia anunciam teus arrepios
e tuas nádegas aventureiras tão venturosas
são uma tempestade de emoções.

Que idioma mágico que tu inventas
quando me aventuro por tuas nádegas
e me perco profundamente e profundamente
me encontro na plenitude cega que tudo enxerga
e profundamente me encanto cantando uníssono
neste nosso idioma o novo cântico dos cânticos.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

Poema do livro Roseiral

23 comentários:

F disse...

Zé Inácio. Bela, muito bela.
francisco carneiro da cunha

Arriete Vilela disse...

José Inácio,
estou dando um curso sobre o erotismo na literatura. Como já havíamos lido o Cântico dos cânticos, achei muito oportuno esse seu poema. Muito bom, viu? Já o enviei para os meus alunos
Um abração

Pablo Sá disse...

Adorei esse poema,
esse erotismo é que deixa ele lindo.
abraços cavaleiro.

Cláudio B. Carlos (CC) disse...

Muito bom!

CC

Priscila de Freitas disse...

Zé, sua poesia cada vez mais primorosa me ensina mais e mais. Abraços e até dia 16

Idalina de Carvalho disse...

Nossa!
O erótico na linguagem requintada da sua poesia tem um efeito fantástico!
Amei o poema!

Idalina.

Marcelo Moraes Caetano disse...

Marcelo Moraes Caetano

Excelente texto. Dionisíaco in extremis... Belíssimo. Parabéns.

Marcelo

Ivan Maia disse...

Que delícia, Inácio!
Abração, Ivan Maia.

ARTE EM TODA PARTE
Toda arte parte de um todo
portanto é algo que se reparte
entre todos que participam
do todo que em cada parte é arte.
www.filosofenix.blogspot.com

Dídimo Heleno Póvoa Aires disse...

Vieira, que belo poema erótico. É de fazer corar Bocage. Adorei! Muito melhor do que o Cântico dos Cânticos original.

Abraço,

Dídimo Heleno.

Vitor Nascimento Sa disse...

Que beleza, Inacio!
O poema eu conhecia e dispensa mais comentarios. Mas essa ilustracao do Bileu foi uma surpreza! Desculpe a falta de acentos. Problemas no teclado.
Abracos.

Ronaldo Correia de Brito disse...

Zé Inácio,
que poema mais bonito e carregado de erotismo.
E quanta fantasiosa sodomia! Ou não serão apenas fantasias?
Grande abraço,
Ronaldo.

Urias Lima disse...

José Inácio,
Boa Noite!
Lí seu poema como quem recebe um bafejo de um vento úmido, com cheiro de terra molhada, anunciando os dias melhores que se avizinham. Dias de mulheres e homens lúcidos! Tempo de transcendências!
Meu Deus, quanto talento guarda este país!!! Meus parabéns!!
Grande Abraço,
Urias Lima

eduardo diogenes moreira disse...

belo poema!parabéns.eduardo

Georgio Rios disse...

Uma ode as entranhas do desejo!!!

Poemas disse...

Muito bom Marcelo,
gostei muito

Anônimo disse...

Gostaria de saber onde posso encontrar o livro Roseiral, em Salvador. Fui na LDM e não encontrei. Abraço. Nelson Ribeiro.

Maria Odete Olsen disse...

Caramba poeta, vc não tem dó hem...tua palavra tá cortando mais que lâmina. Parabéns. bjo

Ana Cristina Souto disse...

Menino, que coisa linda. Me fez lembrar uma poesia do meu saudoso José Alcides Pinto. Mas nem de longe chega perto da sua.

Que sutileza a sua ao falar dessas nossas montanhas.

Coloquei-a em meu blog.

Um bj.

Eric Ponty disse...

Caro jose Inacio
belo poema, melodico, cheio de imagens, erotico.
abs
Eric

Tião Maia disse...

Parabéns cara, bem feito e indutivo o poema.
Belas nadegas deve ter essa musa.
abs

mery leite pianca disse...

Bom dia poeta, que poema lindo, adorei, picante, mais de bom gosto, será quem a musa que te inspirou??? parabéns

Jane Blunck disse...

Minha nossa! Ainda bem que tb tem poesia no silencio, me calo diante desse idioma erotico. Parabens!! Confesso que vc me surpreendeu poeta.
Abraços, J

Ana Maria Rosa disse...

Esse é o primeiro poema que te ouvi declamar, lá na Flica Cachoeira. E essa escrita erótica, imagistica que aqui, chamas de "torta e avessa" atingiu algum lugar de minha carne, talvez no segundo chacra, aquele que é conhecido como o "coração sagrado" e pulsa um pouco abaixo do umbigo e perto do monte pubiano... É um campo de força vital e morada de Eros. Lê-lo ou ouvi-lo é sempre mágico... Obrigada pelo carinho, poeta.