DANÇA DAS ROSAS
Rege a rosa impensada a duração
e, do ventre do espinho, nasce a forma
terrena da eternidade que passa.
Ah dolorosa dor que me perpassa.
Sozinha, no ar, minha vulva pensa
– rosa impensada a reger duração –
e digo aos tornozelos e aos jambos
esses incomparáveis sons que sinto.
Da régua restam passos a dançar,
os artelhos, as carnes, o infinito,
resta o canto que busca a alegria.
Com a geometria dos meus pés,
pisar na grande terra masculina
e guardar os segredos da roseira.
Rege a rosa impensada a duração
e, do ventre do espinho, nasce a forma
terrena da eternidade que passa.
Ah dolorosa dor que me perpassa.
Sozinha, no ar, minha vulva pensa
– rosa impensada a reger duração –
e digo aos tornozelos e aos jambos
esses incomparáveis sons que sinto.
Da régua restam passos a dançar,
os artelhos, as carnes, o infinito,
resta o canto que busca a alegria.
Com a geometria dos meus pés,
pisar na grande terra masculina
e guardar os segredos da roseira.
JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
*
Pois é, não me contive, acima postei um dos poemas de meu livro Roseiral, que foi um dos vencedores do edital da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, via Fundação Pedro Calmon. Na modalidade poesia, foram contemplados três livros: Ticket Zen, de minha amiga Kátia Borges; Estudos do corpo, de Alexandre Coutinho, que ainda não conheço; e o meu Roseiral. Claro que estou satisfeito!
Bem, agora vou para Maracás, pois às 19h 30min vai ter o Projeto Uma Prosa Sobre Versos. Adivinha com quem? Com Kátia Borges! Que já deve ter chegado por lá, de Salvador. Daqui de Jequié para Maracás são quase cem quilômetros, então, vou andando, com Linda e meus filhos, Moisés e Gabriel.
Amanhã, pela manhã, faremos uma trilha na nascente do Rio Jiquiriçá. Depois do almoço, irei para a fazenda Pedra Só, meu recanto no meio da caatinga. À tarde, sairei com meus filhos, em nossas montarias, noite adentro. Às 21 horas, a lua vai aparecer no firmamento, aí a gente acende uma fogueira, senta numas cadeiras, e fica escutando o Concerto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo ou O Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky, ou algo assim, acrescido pela sinfonia dos sapos, rãs e grilos, lá da lagoa que fica em frente à casa. Os meninos costumam ficar jogando pedaços de pau na fogueira ou então pedalam em suas bicicletas. Gabrielzinho tem um velotroz – uma espécie de triciclo para bebês. É assim que vai ser o meu dia dos pais. Não poderia desejar nada melhor!!!
Bem, agora vou para Maracás, pois às 19h 30min vai ter o Projeto Uma Prosa Sobre Versos. Adivinha com quem? Com Kátia Borges! Que já deve ter chegado por lá, de Salvador. Daqui de Jequié para Maracás são quase cem quilômetros, então, vou andando, com Linda e meus filhos, Moisés e Gabriel.
Amanhã, pela manhã, faremos uma trilha na nascente do Rio Jiquiriçá. Depois do almoço, irei para a fazenda Pedra Só, meu recanto no meio da caatinga. À tarde, sairei com meus filhos, em nossas montarias, noite adentro. Às 21 horas, a lua vai aparecer no firmamento, aí a gente acende uma fogueira, senta numas cadeiras, e fica escutando o Concerto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo ou O Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky, ou algo assim, acrescido pela sinfonia dos sapos, rãs e grilos, lá da lagoa que fica em frente à casa. Os meninos costumam ficar jogando pedaços de pau na fogueira ou então pedalam em suas bicicletas. Gabrielzinho tem um velotroz – uma espécie de triciclo para bebês. É assim que vai ser o meu dia dos pais. Não poderia desejar nada melhor!!!
JIVM
18 comentários:
Vixe Maria, quanta beleza!
Estou feliz por vc e Kátia. Beijos
Moço vaqueiro, teu soneto roseirístico,está simplismente telúrico e soa como convite a adentrar neste jardim Roseiral.Parabéns mais uma vez.E quero ler o mais breve ete teu legado de sonetos.
JIVM, que poema esquisito! Muito diferente dos seus poemas que conheço. Mas achei-o bonito, principalmente esses versos:
"e digo aos tornozelos e aos jambos
esses incomparáveis sons que sinto."
uma maneira curiosa de dizer que está dançando. JIVM se renovando. Beleza!
Parabéns J.I., com certeza mais um bom livro.
abraços;
Fabrício
Martha, grato por seu carinho.
Georgio, como pode perceber é um soneto quase branco. E o meu "Roseiral" tem flores em brasa.
Francisco, relutei muito com esses novos poemas, mas eles sairam assim e, relamente, eu estava e estou buscando renovação, tanto na poesia quanto na vida. Se bem que, para mim, entre uma e outra não há muita diferença. Pois é, o poema é esquisito, mas que bom que vc gostou. Em breve bailaremos por todo esse "Roseiral".
Fabrício, logo mais vc vai poder conferir. Grato por sua atenção.
Abraços para todos.
JIVM
Caro poeta, que linguagem rica! Só me resta aguradar a publicação do ROSEIRAL para saber como é "pisar na grande terra masculina/
e guardar os segredos da roseira". Sucesso para vc, grande poeta.
O poema Roseira II é um belíssimo trabalho de Inácio. Eu gosto dele, desde a primeira vez que o li.
Ao recitá-lo, no grupo Concriz, eu procuro transmitir toda a emoção que há nos versos e me sinto privilegiada por ser um dos poemas do novo livro de Inácio que eu recito.
Fiquei feliz pelo livro Roseiral ter sido um dos vencedores do edital da Secretária de Cultura do Estado da Bahia, mas acho que agora a responsabilidade aumentou nos recitais. Não é Inácio?
Parabéns pelo grande poeta que és!
Abraços.
Jeovah, não tenho a mínima idéia de quando o livro vai sair, mas torço para que seja logo, estou louco para ver esse trabalho chegar às mãos dos leitores. Ter um leitor como vc é um privilégio. Grato pelo carinho.
Ivana, ao ver e ouvir parte dos poemas de Roseiral recitads pelo Grupo Concriz é que pude senti-lo melhor. Agradeço a você e a Gina por terem ceitado tão lindamente o "Roseira II". A responsabilidade unida ao talento de cada componente do Grupo é que tem proporcionado sucesso e admiração por parre dos espectadores. Que vc continue assim, dedicada e bela. Grato por tudo.
JIVM
José Inácio, parabéns pela merecida premiação. Você é um artista que veio para fincar seus versos no sentimento das pessoas e despertar as mais fortes emoções. Continue fazendo sua poesia e pode ter certeza que muitas coisas boas ainda virão para você e para a sua arte. Um beijo, poeta.
Amigo gosto muito de teu blog!!! Bjs...............
Mazé, muitíssimo agradecido pelas palavras de incentivo, muito grato pelo gesto carinhoso.
Yvana, apareça quando quiser, o blog é nosso. E, vez em quando, deixe seu comentário por lá. Abraços.
JIVM
Cada pétala dessa roseira é uma vulva vermelha a me convidar para a noite dos prazeres. Viva JIVM!
Marcus Aurélio
Você e Kátia sendo escolhidos no mesmo concurso é, sem dúvida, um feliz encontro de astros (que, segundo Kátia, pode ser tanto o começo quanto o fim). Que seja o fim dessa labuta sua com os poemas de Roseiral. Chega uma hora que a lapidação alcança o limite. Que seja o começo da história desse livro nas mãos dos leitores. Não vejo a hoje de olhá-lo assim, em papel e capa colorida.
Esse poema, Roseira II, é uma das pérolas do Roseiral. Mas o público há de se espantar com a beleza da obra completa.
Abraços.
Marcus, a roseira encarnada é um templo de delícias. E para a noite de teus prazeres, oferecerei, em breve, o meu Roseiral completo - meus poemas. Mas quero que saiba que ele está cheio de espinhos também.
Vitor, grato por tudo. Por ser um dos mentores do Concriz, por ser meu amigo, por ser esse poeta que vc é e, principalmente, por ter revisado meu livro "Roseiral" e pelas observações. E vamos seguindo juntos.
Abraços para os dois.
(E um novo dia já começa. Vou dormir, pois por volta das seis da manhã pisarei no acelerador rumo a Salvador (rima fácil, mas tão boazinha de fazer)).
JIVM
Fico muito feliz em saber que muito em breve "Roseiral" estará nas mãos dos leitores, "Roseira II" é um poema belíssimo, fico feliz de ver a repercussão
dele no blog.
Parabéns Inácio!!!
Que bela Roseira! Diferente... Novo. Parabéns!
Fal Miranda
Valeu, Marcelo, pela força.
Fal, realmente, essa Roseira é bem difirente dos meus outros poemas, assim como a maioria dos que compõem o Roseiral.
Abraços para os dois.
JIVM
Pois é, gente, resolvi mudar o nome do poema. De "Roseira II" passou para "Dança das Rosas".
JIVM
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