quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

JIVM - A SAGRAÇÃO DO MITO



A SAGRAÇÃO DO MITO
Para Foed Castro Chamma


Eu preciso de um espelho:
olhar no fundo dos olhos
e ver bem dentro de mim:
quero beijar minha sombra,

ir no cerne dos desejos
e perceber cada célula
com o frenesi que sinto
na agulha do peitoral.

Sou a criação de Deus:
barro que sonha odisséias.
Em minha íris o Cosmo:
os mitos vestem meu nome.

Sou a pedra, o barro, a lama.
Estrelas, soprem em mim
e assim estenderei meus
nomes nos passos do vento,

e em todo lugar o sonho
do Ser estará presente.
Sou o símbolo de tudo,
um sonho sem fim, o mito.

Estou em frente ao espelho,
e em minha íris o Cosmo:
todos os meus estilhaços,
todos os eus consagrados.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

5 comentários:

Georgio Rios disse...

Caro José,

Beber deste veio poético é sem dúvidas estar conectado ao melhor da poesia

anjobaldio disse...

Tudo bem? Tem um novo vídeo-poema lá no anjo baldio.
Grande abraço.

Jean Narciso Bispo Moura disse...

Caro José Inácio,


Gostei do seu blog e dos textos nele publicados, você mostra zêlo e atenção para com a palavra.

Abraço,
Jean Narciso

Unknown disse...

Perfeito! Amo seus textos!
Parabéns!

Ver no espelho a sombra que assombra...

Maria Emilia Morais D'Elboux disse...

Seu poema é exuberante, como o universo infinito, como a rede de existências tecida pela eternidade. Obrigada por trazer à luz, palavras santas. Quero me lembrar, todos os dias, que também faço parte desse Cosmos. Um abraço,