A SAGRAÇÃO DO MITO
Para Foed Castro Chamma
Eu preciso de um espelho:
olhar no fundo dos olhos
e ver bem dentro de mim:
quero beijar minha sombra,
ir no cerne dos desejos
e perceber cada célula
com o frenesi que sinto
na agulha do peitoral.
Sou a criação de Deus:
barro que sonha odisséias.
Em minha íris o Cosmo:
os mitos vestem meu nome.
Sou a pedra, o barro, a lama.
Estrelas, soprem em mim
e assim estenderei meus
nomes nos passos do vento,
e em todo lugar o sonho
do Ser estará presente.
Sou o símbolo de tudo,
um sonho sem fim, o mito.
Estou em frente ao espelho,
e em minha íris o Cosmo:
todos os meus estilhaços,
todos os eus consagrados.
JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
5 comentários:
Caro José,
Beber deste veio poético é sem dúvidas estar conectado ao melhor da poesia
Tudo bem? Tem um novo vídeo-poema lá no anjo baldio.
Grande abraço.
Caro José Inácio,
Gostei do seu blog e dos textos nele publicados, você mostra zêlo e atenção para com a palavra.
Abraço,
Jean Narciso
Perfeito! Amo seus textos!
Parabéns!
Ver no espelho a sombra que assombra...
Seu poema é exuberante, como o universo infinito, como a rede de existências tecida pela eternidade. Obrigada por trazer à luz, palavras santas. Quero me lembrar, todos os dias, que também faço parte desse Cosmos. Um abraço,
Postar um comentário