- Por José del Val -
José Inácio Vieira de Melo contagia uma platéia de 2.000 pessoas no VIII Festival de Poesia As Línguas da América Carlos Montemayor, na Sala de Concertos Nezahualcoyotl, na Cidade do México |
José Inácio Vieira de Melo, alagoano radicado na Bahia, poeta jornalista e produtor cultural, foi um dos destaques no VIII
Festival de Poesia As Línguas da América Carlos Montemayor, na Cidade do México,
que aconteceu em 11 de outubro de 2018. José Inácio se sobressaiu por conta da sua
poesia visceral e por sua performance singular. Em um texto preciso, o etnólago
José del Val, diretor do Festival, dá a dimensão da participação de José Inácio
ao representar o Brasil e a língua portuguesa na nação dos astecas e do poeta
Octavio Paz.
José del Val: A figura do poeta José Inácio no palco estava cheia de vigor e intensidade, com sua palavra precisa e com sua voz poderosa teve como resultado uma fusão sem igual. |
O
poeta brasileiro José Inácio Vieira de Melo é uma figura de referência no campo
poético de seu país. Prova disso é que seu trabalho atraiu a atenção de grandes
poetas da língua portuguesa como Thiago de Mello, Lêdo Ivo, Antonio Miranda e
Affonso Romano de Sant'Anna. Por essa razão, suas composições poéticas
alcançaram diversas latitudes em todo o mundo, já que seu trabalho foi
traduzido para o alemão, árabe, espanhol, finlandês, francês, inglês e
italiano. Como prova de sua qualidade literária, e em recompensa ao seu árduo
trabalho, em 2015 foi agraciado com o prêmio Quem Literatura, quando foi considerado o melhor autor de
literatura naquele ano; razões suficientes para ser convidado como
representante da língua portuguesa para o VIII
Festival de Poesia Línguas da América Carlos Montemayor.
Sem
dúvida um acerto. A figura do poeta no palco estava cheia de vigor e intensidade,
porque com sua palavra precisa e com sua voz poderosa, cheia de melodia, acompanhada
por uma gestualidade corporal harmônica, que insinuava que mais do que um
recital poético se tratava de um encontro com a palavra e a música, teve como
resultado uma fusão sem igual.
O
estrado onde descansavam impressos seus poemas era mais um espectador de sua
caminhada no palco, de sua voz em movimento.
Foram
dias de intensa atividade para o poeta, onde o encontro com os poetas
indígenas, que representariam as línguas originais do continente, estimulou a
seleção do trabalho que apresentou.
A
palavra de Vieira de Melo enquadra-se perfeitamente na dimensão do VIII
Festival de Poesia, evento em que "a poesia se tornou uma arma carregada
de futuro", pois foram os jovens os principais espectadores que lotaram o
local na quinta-feira, 11 de outubro. Nele, durante três horas, soaram as vozes
ancestrais, as vozes de outros mundos, outras realidades. Lá, José Inácio Vieira
de Melo participou com uma das quatro principais línguas de origem européia que
habitam o continente americano.
José Inácio Vieira de Melo nas Pirâmides de Teotihuacan |
"No
aconchego dos teus braços / quero estar o tempo inteiro. // Pelas estradas do
mundo / com o sentimento aberto" – recitava José Inácio, enquanto enchia
de poesia e canto o auditório do ancestral imperador poeta Nezahualcoyotl.
JOSÉ DEL VAL – Etnólogo mexicano, Diretor do Programa Universitário de Estudos da
Diversidade Cultural e Interculturalidade da UNAM (Universidade Nacional Autónoma do
México) e Diretor do Festival de Poesia As Línguas da América Carlos Montemayor.
Texto publicado originalmente na Revista Muito Mais, Edição Nº 15, Página 110, Dezembro de 2018
Texto publicado originalmente na Revista Muito Mais, Edição Nº 15, Página 110, Dezembro de 2018
3 comentários:
Parabéns amigo muito bonito seu trabalho de iteterimento amor e verdade a cada poesia!
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