Júlio Lucas é baiano, filho de pernambucanos, Júlio Lucas,
nascido em Paulo Afonso, também costuma se definir soteropolitano por conta do
destino, jequieense pela hospitalidade e cosmopolita por ideologia. Tem dois
filhos, Caíque e Caio. Escreve desde menino: das letras de rock dos anos 80
para as bandas Sinal Vermelho, Regicídio e Olhos
de Poeta (Salvador) às composições do Bando
Batida Seca (Paulo Afonso), na década de 90. Mais
recentemente participou de parcerias com o cantor e violonista Manno di
sousa (radicado em Vitória da Conquista).
Idealista e idealizador de fanzines xerocados em Salvador
a jornais no sudoeste baiano, ao mudar-se para Jequié, assumiu a direção do Jornal
Actual (2000), a convite do jornalista Wilson Novaes Jr. Em seguida criou
o Correio do Interior, primeiro da região em tamanho
standard, capa colorida, caderno de cultura e versão online. Também colaborou
com os impressos Café com Leite, Novos
Tempos e Revista Cidades em Foco. Teve haicais
quadrinizados pelo cartunista Edu Santana na revista Come-Comix.
Atualmente possui o blog cultural Miscelânea, por Júlio Lucas e é
coordenador editorial da revista Muito Mais.
Na TV, foi roteirista e produtor do programa Muito
Prazer, Álvaro Guimarães (CNT-Aratu).
Desde então dirigiu clipes, documentários e vários vídeos institucionais para
prefeituras. Na agência Rush Produções e Publicidades, com Rogério Xavier e
Sérgio Guerra, criou diversas campanhas para rádio, TV, impressos e
principalmente para veiculação em outdoor, em Paulo Afonso. Na publicidade, trabalhou
ainda na agência Moura Marketing e Propaganda.
Radicado em Jequié há mais de uma década, onde é servidor
público, exerceu o cargo de diretor de Comunicação Social do Município
(2009/2010). Multimídia autodidata, apresenta nas noites de sábado o Tribos
do Rock, na 105 FM. Elaborou capas para coletâneas da Academia de Letras de
Jequié, a saber, III e IV Concursos
Literários da ALJ: Prêmio Eusínio Soares de Literatura Brasileira (da qual
faz parte como poeta convidado) e Prêmio
Waly Salomão. Também foi capista de Jequié
- Síntese Histórica e Informativa (2011), de autoria do lexicógrafo Dermival Rios. Obra em que assina as
orelhas. Ainda em Jequié coordenou e
apresentou o projeto Feira da Poesia para
a Secretaria de Educação e Cultura e foi jurado do I Concurso de Poesia da Casa da Cultura
Pacífico Ribeiro - Prêmio
Ruy Espinheira Filho.
Além da Poesia, trabalho artístico ao qual mais se
dedica, possui contos, romances e uma peça teatral a serem publicados.
Atendendo ao convite de José Inácio Vieira de Melo, curador e coordenador da Praça de Cordel e Poesia, participou das
duas últimas bienais do Livro da Bahia (2009/2011). Não obstante, nesta última
edição, lançou Novamente Poesia, seu
esperado livro de estreia. É membro da Academia de Letras de Jequié.
Júlio Lucas e Iolanda Costa participarão do projeto Palavra de Poeta, na
cidade de Planaltino, no Vale do Jiquiriçá. O evento acontecerá no dia 6 de
julho, às 19 h 30 min, no Clube Social Planaltinense, com entrada gratuita. Os
dois poetas serão homenageados pelo Grupo Renascer, da cidade de Planaltino, e
pelo Grupo Concriz, da cidade de Maracás, que recitarão seus poemas. Após os
recitais, Júlio e Iolanda serão entrevistados pelo apresentador e curador do
projeto, o poeta José Inácio Vieira de Melo e responderão também as perguntas
do plateia.
No dia seguinte, 7 de julho, os dois poetas participarão do projeto Uma
Prosa Sobre Versos, na cidade de Maracás, no Auditório Municipal de Maracás,
onde serão homenageados, mais uma vez, pelos grupos Concriz e Renascer. O
projeto Uma Prosa Sobre Versos, conta com coordenação de Edmar Vieira, diretor
de cultura do município de Maracás. O projeto Palavra de Poeta é coordenado por
Edivaldo Costa, diretor de cultura da cidade de Planaltino.
MUITO PRAZER
Este herói de
faroeste caboclo
A galope
menino
Em
cavalo-de-pau
Pelos Galpões
do Balneário
(Minha ilha
original)
Com uma
pistola na cintura
Que pesa mais
que
Esta caneta
em coldre do Novo Cangaço Cult
Sou eu
Também
estanque no instante inter(minável)
Estou lá:
Sem voz, sem
grito
Sem braços e
ouvidos
Sem portos
vivos
Estatelado
Com este
gosto azedo
Do estalar de
galho seco
Deste
umbu(zeiro)
Entre os
dedos
Sou aquele
Paraíso
militado
Paraíso
limitado
Comportas e
janelas abertas
Pro rio
revolto do meu quintal
Por todo lado
muros de pedras
Na porta,
Guarita Principal
Entrada e
saída
Chegada e
partida:
Da vida, pra
lida
Da lida pra
ida
Dali pro
aquém
Pra cá, antes
do além
E lá fui eu
Pela estrada
afora
Pelo mundo a
dentro
Pela vida a
forra
Na tabuada
No tablado
No tabloide
Na vida e no
vídeo
No proscênio
pro lado errado
No batente
No olho por
olho
No dente por
dente
Neste ensaio
diário
De tanta
gente que eu seria
Se não fosse
eu
Sou aquele,
sou Waly
aqui, Gullar
Pairo com as
páginas desbotadas ao vento
Navego com as
garrafas decoradas
Náufragas aos
teus olhos sorridentes
De mar e sol
Respiro, logo
insisto
Ainda que
Arlequim sem guizo
Não me
reconheça nesta opacidade
Do outro de
mim
Mantenho-me
eu mesmo
Mesmo que sem
musa
Seja esboço
do que já fui noutra estação
Que peregrino
sem fim
Padeça em
gozo a esmo
Neste paraíso
sem pouso
De ninfas e
lobas amigas e amantes
Que eu já não
seja o que fui
Que esqueça o
que serei
Que lembre
ser o que não sei
Ainda que
acorde morto-vivo
Com a pele em
carne viva
Nas mãos
enrugadas dos amanheceres
Dos vendavais
de segredos
Dos maremotos
de sorrisos e lágrimas
Do ranger de
dentes contrafeito
Segregado em
versos
Renasço todo
dia ao sussurrar
Dos anjos das
tragédias
Anunciadas
E
inocente-bandido
Com a porta
de casa entreaberta
Ofegante em
pedaços
Pulo a janela
de sempre
E fogueiras
de estilhaços
Pra conhecer
novos estranhos no ninho
Da estrada da
minha cara
Muito prazer:
Sou todos
estes faróis e banidos que vos falam.
JÚLIO LUCAS
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