quarta-feira, 14 de março de 2012

JIVM - ENCRUZILHADA


ENCRUZILHADA


Algo me aflige e não sei o que é.
Sinto relampejos de minhas existências
e não sei o que fazer nem para onde ir.

Vivo a buscar o signo que me presentifique,
que, uma vez enunciado, seja por si.
Estou exausto de ser uma representação.

Tem um bicho dentro de mim que quer
pular para fora de tudo e ser a aurora.

Ah se eu fosse o sol não arderia tanto!


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

6 comentários:

Rosangela Brunet disse...

Parabéns, José Inácio Vieira de Melo!!! Sua obra é espetacular!!!

JAC disse...

Também eu tenho um bicho dentro de mim que quer pular para fora e ser aurora... Mas não tenho competência para fazê-lo pular para fora... Só os poetas... Um abraço fraterno do JAC

Maria Jovita Caires disse...

‎"Algo me aflige e não sei o que é." Esse é o sentir que move o poeta!

Astrid Cabral disse...

Belo poema! Um final brilhante como o sol. Abraços.

Astrid

Luciana Lucena disse...

Muito bom isso de "se fosse o sol não arder tanto"!!!

Cissa Leite disse...

Alguém te chamou de ENCRUZILHADA e este poema retrata a encruzilhada de todo ser que começa a despertar, que a se incomodar em ser uma representação. Acertou em cheio nas palavras - todos tem um bicho (ou vários) dentro de si que precisam ser domados a todo instante e o será - assim que conseguirmos extirpar esta parte animal que só quer TER e deixar aflorar o Verdadeiro SER. Meu comentário não é nada literário, pois não estou nem aí para rimas, métricas, redondilhas ou coisa e tal e sim para todo o SENTIMENTO que conseguiu te despertar, me despertar! Salve!