João Vanderlei de Moraes Júnior / JOÃO DE MORAES FILHO (nascido em Salvador e filho de Cachoeira, recôncavo baiano - 21/03/1977), ex-Secretário de Cultura e Turismo de Cachoeira, professor, poeta e gestor cultural, graduado em letras pelo ILUFBA e mestrando em Cultura e Sociedade/Instituto de Humanidade Artes e Ciências/Centro de Estudos Multidisciplinar em Cultura/UFBA, onde desenvolve pesquisa no campo das políticas culturais para o acesso ao livro e promoção leitura na América Latina. Fundou em 2005, na cidade de Cachoeira, a Casa de Barro Cultura Arte Educação, onde coordenou o Programa Oju Aiye de Promoção da Leitura, no qual se inseriam os projetos Caruru dos Sete Poetas: recital com gostinho de dendê, as Oficinas de Investigação e Criação Literária Poesia Ouvida, Dedinho de prosa e cadinho de memória, além das Edições Oju Aiye e o Projeto de Intercâmbio Lítero-cultural Bahia Caribe Colombiano em parceria com o Taller Siembra que realiza o Festival Internacional de Poesia de Cartagena, na Colômbia, do qual foi representante no Brasil entre os anos de 2006 a 2010.
Publicou Pedra Retorcida: Fundação Casa de Jorge Amado / Prêmio Braskem de Cultura e Arte 2004; Portuário: Casa de Barro Edições, 2006 e Em nome dos raios: Expressão Editora, 2009; UNO – Tríade para encantamentos (PRELO).
Participa das antologias Murilizai-vos: 100 anos do poeta Murilo Mendes, Edufba 2001; Concerto Lírico a Quinze Vozes, Aboio Livre 2004, e XXI poetas de hoje em diante, Letras Contemporâneas 2009.
PROJEÇÃO CACHOEIRANA EM 16 MM
I
I
Por baixo dos tapetes
escorrem versos cadenciados
de rotina concreta,
enquanto o ano encerra quatro estações.
II
escorrem versos cadenciados
de rotina concreta,
enquanto o ano encerra quatro estações.
II
Lá fora, a procissão carregava um corpo nu
sem códigos de barras nem etiquetas azuis.
III
sem códigos de barras nem etiquetas azuis.
III
Exilado,
fujo em barquinhos de papel
jogados em dias de chuva
no filete de uma lágrima.
IV
fujo em barquinhos de papel
jogados em dias de chuva
no filete de uma lágrima.
IV
Olhando em janelas
lembro das felicidades,
Baudelaire, Narlan,
aquele homem no bar do horizonte
com braços abertos e a felicidade do mundo,
num milagre antecipado.
V
lembro das felicidades,
Baudelaire, Narlan,
aquele homem no bar do horizonte
com braços abertos e a felicidade do mundo,
num milagre antecipado.
V
Todos os sóis nascem pontualmente
em portos de margens estreitas
no exprimido das cidades.
em portos de margens estreitas
no exprimido das cidades.
VI
... fujo fingindo-te amor
para não morrer dizendo não.
para não morrer dizendo não.
VIAGEM À ORDEM DE HORIZ
Ao confrade Cleberton Santos
Uma casa esturricada
enfeita caminhos erguidos
na secura da terra, mãe
da vida quando socorrida
da sede que racha sertão
e toda pedra atirada.
Aquela casa ia sozinha,
vitoriosa; tangia-nos
vestindo o caminho do sol
arrancado de nós. Estrada,
assim ia, nas tardes, nas tardes.
Ao confrade Cleberton Santos
Uma casa esturricada
enfeita caminhos erguidos
na secura da terra, mãe
da vida quando socorrida
da sede que racha sertão
e toda pedra atirada.
Aquela casa ia sozinha,
vitoriosa; tangia-nos
vestindo o caminho do sol
arrancado de nós. Estrada,
assim ia, nas tardes, nas tardes.
Um comentário:
Belíssimos poemas.
Parabéns João.
O Falcão Maltês
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