domingo, 12 de setembro de 2010

JIVM - JARRO INDÍGENA


JARRO INDÍGENA


Flechas guaranis vieram falar
da superfície e desses arvoredos,
da luz, ventre da noite e mãe do dia,
e do rio que dessedenta os homens.

A fim de desdobrar certos estados
na palavra, a mulher anela o barro
da tarde: jarro tecido em imagens,
alucinados arcos-cintilantes.

O real é um todo obscuro e triste.
Nele ouvimos as demandas dos homens,
ventos que guardam grandes mãos vazias.

Assim bradam as flechas guaranis,
entre o duplo do espelho acendem tempo
e espaço, sendo sempre o estradar.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

23 comentários:

airton maia disse...

Poema perfeito,amigo!

Dom Ramon disse...

existencial.

Marcia Thelma Gomes disse...

Gostei desta poesia.Posso publicá-la no meu blog
Depois de adulta descobri que sou descendente dos índios chocós, índios estes que participaram da história da nossa cidade e hoje moram em uma aldeia no estado de Sergipe.

Caio Rudá de Oliveira disse...

Dos bons.

Gil Santos disse...

Jarro indígena. Belo poema JIVM. Abraço.

IDALINA DE CARVALHO disse...

Vou lhe contar, amigo...

gostaria de guardar na memória todos esses seus poemas e poder traduzir com poesia momentos que simples palavras não têm o poder de exprimir.

Belíssimo este seu JARRO INDÍGENA.

(Ando correndo muito, depois que passei a morar em duas cidades. Mas no final de novembro entro de férias e pretendo dar à sua poesia a atenção que ela merece dentro das horas dos meus dias).

Beijo.

Marcos Neves disse...

Bravo, meu caro, vc é um entre outros, nem tantos, que deve entrar pra ACADEMIA...Meus sinceros parabéns...Sua poesia não é de brin/cadeira....é de cadeira de ACADEMIA....Não gosto de comparações, mas, em determinadas situações, parámetros têm que ser estabelecidos, e , nesse sentido, penso eu, diante do seu fazer poético, que vc, numa desssas cadeiras, tá bem mais que merecido.....Aquele abraço(HU)mano!!!!

CECILIA FIDELLI disse...

Jarro indígena: Beleza!
Valeu, Ci.

Ada Fraga disse...

Bonito poema, José. JARRO INDÍGENA. Obrigada!

Prissila Miudinha (Míria) disse...

Adorei o poema...

Pode continuar me iluminando com tua poesia, eu acho é bom... rsrs

Xêro pra tu!

Anônimo disse...

O caminho que a flecha percorre...
O estradar dentro da flecha...
E uma mão de poeta que a capta no ar.

Reconhecemo-nos, se guarani o barro, o sopro, o verbo.

Tião Maia Jesus disse...

Massa, visse?
parabéns

Lita Passos disse...

Lindo, lindo, poema e jarro!!
Belas mãos poéticas!
bjs, poeta, cadê você?



LITA PASSOS

Paulo Tarso Barros disse...

Caro Poeta, belo o seu poema.. Parabéns!!
Abraços,

Paulo

Ricardo Ingenito Alfaya disse...

Sobre os guaranis, certa vez li uma notícia nos jornais sobre as dificuldades por que passavam em São Paulo os remanescentes dessa nação. Lembrando-me também de Carlos Gomes, escrevi assim:

NOTURNO

(Épico breve)

Um piano tocando,

a luz se acabando,

e morre um guarani

nas terras de São Paulo.

Morre um guarani!

Morre um guarani!

Morre um guarani!

Haverá ainda algum vivo

Até o término deste poema?

x-x-x--x-x-x-x-x-

Um grande abc,

Ricardo Alfaya.

Romério Rômulo disse...

bonito, josé inácio.
um abraço.
romério

Ilda Patrício Seguro disse...

Belíssimo poema a começar a minha manhã de Lisboa!

Newton Vieira disse...

Como sempre, belíssimo poema!

luana lima disse...

você sabia que este ano de 2010 vc vai ser o poeta homenageado do colégio onde eu estudo?

STELLA DE SANCTIS disse...

Bravíssimo, poeta!
Só você pra cantar a alma guaraní, a partir do barro moldado, num belíssimo soneto.
Beijos

marcos aurélio leão de melo disse...

Fala primo! Parabéns pelo trabalho! Muito consistente! Já estou no Rio mas a gente se encontra pelas vans! Abraço e sucesso!

Marcos Melo

Gibran Sousa disse...

belo jarro indígena.


abraço!

Vânia Melo disse...

Lindo, Inácio! Ainda não entendi se você ilumina ou é iluminado!Quem sabe os dois! Seja lá como for, a sua escrita consegue amarrar a todos num laço de surpresa e alegria!
Parabéns por "Jarro Indígena"! Parabéns pela luz!