JARRO INDÍGENA
Flechas guaranis vieram falar
da superfície e desses arvoredos,
da luz, ventre da noite e mãe do dia,
e do rio que dessedenta os homens.
A fim de desdobrar certos estados
na palavra, a mulher anela o barro
da tarde: jarro tecido em imagens,
alucinados arcos-cintilantes.
O real é um todo obscuro e triste.
Nele ouvimos as demandas dos homens,
ventos que guardam grandes mãos vazias.
Assim bradam as flechas guaranis,
entre o duplo do espelho acendem tempo
e espaço, sendo sempre o estradar.
Flechas guaranis vieram falar
da superfície e desses arvoredos,
da luz, ventre da noite e mãe do dia,
e do rio que dessedenta os homens.
A fim de desdobrar certos estados
na palavra, a mulher anela o barro
da tarde: jarro tecido em imagens,
alucinados arcos-cintilantes.
O real é um todo obscuro e triste.
Nele ouvimos as demandas dos homens,
ventos que guardam grandes mãos vazias.
Assim bradam as flechas guaranis,
entre o duplo do espelho acendem tempo
e espaço, sendo sempre o estradar.
JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
23 comentários:
Poema perfeito,amigo!
existencial.
Gostei desta poesia.Posso publicá-la no meu blog
Depois de adulta descobri que sou descendente dos índios chocós, índios estes que participaram da história da nossa cidade e hoje moram em uma aldeia no estado de Sergipe.
Dos bons.
Jarro indígena. Belo poema JIVM. Abraço.
Vou lhe contar, amigo...
gostaria de guardar na memória todos esses seus poemas e poder traduzir com poesia momentos que simples palavras não têm o poder de exprimir.
Belíssimo este seu JARRO INDÍGENA.
(Ando correndo muito, depois que passei a morar em duas cidades. Mas no final de novembro entro de férias e pretendo dar à sua poesia a atenção que ela merece dentro das horas dos meus dias).
Beijo.
Bravo, meu caro, vc é um entre outros, nem tantos, que deve entrar pra ACADEMIA...Meus sinceros parabéns...Sua poesia não é de brin/cadeira....é de cadeira de ACADEMIA....Não gosto de comparações, mas, em determinadas situações, parámetros têm que ser estabelecidos, e , nesse sentido, penso eu, diante do seu fazer poético, que vc, numa desssas cadeiras, tá bem mais que merecido.....Aquele abraço(HU)mano!!!!
Jarro indígena: Beleza!
Valeu, Ci.
Bonito poema, José. JARRO INDÍGENA. Obrigada!
Adorei o poema...
Pode continuar me iluminando com tua poesia, eu acho é bom... rsrs
Xêro pra tu!
O caminho que a flecha percorre...
O estradar dentro da flecha...
E uma mão de poeta que a capta no ar.
Reconhecemo-nos, se guarani o barro, o sopro, o verbo.
Massa, visse?
parabéns
Lindo, lindo, poema e jarro!!
Belas mãos poéticas!
bjs, poeta, cadê você?
LITA PASSOS
Caro Poeta, belo o seu poema.. Parabéns!!
Abraços,
Paulo
Sobre os guaranis, certa vez li uma notícia nos jornais sobre as dificuldades por que passavam em São Paulo os remanescentes dessa nação. Lembrando-me também de Carlos Gomes, escrevi assim:
NOTURNO
(Épico breve)
Um piano tocando,
a luz se acabando,
e morre um guarani
nas terras de São Paulo.
Morre um guarani!
Morre um guarani!
Morre um guarani!
Haverá ainda algum vivo
Até o término deste poema?
x-x-x--x-x-x-x-x-
Um grande abc,
Ricardo Alfaya.
bonito, josé inácio.
um abraço.
romério
Belíssimo poema a começar a minha manhã de Lisboa!
Como sempre, belíssimo poema!
você sabia que este ano de 2010 vc vai ser o poeta homenageado do colégio onde eu estudo?
Bravíssimo, poeta!
Só você pra cantar a alma guaraní, a partir do barro moldado, num belíssimo soneto.
Beijos
Fala primo! Parabéns pelo trabalho! Muito consistente! Já estou no Rio mas a gente se encontra pelas vans! Abraço e sucesso!
Marcos Melo
belo jarro indígena.
abraço!
Lindo, Inácio! Ainda não entendi se você ilumina ou é iluminado!Quem sabe os dois! Seja lá como for, a sua escrita consegue amarrar a todos num laço de surpresa e alegria!
Parabéns por "Jarro Indígena"! Parabéns pela luz!
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