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PAUSA
O mesmo horário, as mesmas figuras
Meu corpo estirado e inerte
Do vai e vem de falas sem sentido
A tevê ligada com o volume nas alturas
Meus olhos pesavam sem sono
O mesmo lugar, a mesma rotina
A moleza se espalhava
Na forma dos meus ombros caídos
Os ouvidos latejavam
De futilidades constantemente repetidas
Cansado da fadiga do cansaço
Levantei
E na rua só ouvia o murmuro do silêncio.
TEIMOSIA
Costurei meus lábios
Cortado pelo silêncio
Que se molda como água
Em corpo de símbolos dispersos
Astros no instante de touro
Não me deixam perder.
EGO
Cristalizada na pintura
Guardo-me em caixa de nós
Moldada na janela em fresta
Da casa de bonecas.
Revela
A beleza de moça altiva
Na timidez de boca rosa
De olhar narciso
E Maria, as três contemplam
A margarida no jardim de ervas
Na mobilidade do cadeado.
Esconde
A sala de eco vazio
Moça curvada em melancolia
Corcunda de pai, mãe em libras
Tece sonhos em manta invisível
Dividida nos cacos de vidro
Pintada do sangue de juntar-se.
Renasce
Na bravura de velejar em tempestade
Desenhada em faces do tempo
Na tela sem moldura
Metamorfose de cada segundo
Me desfaço por inteira
E crio mais uma vez.
6 comentários:
Gabriela,
Sua poesia tem fôlego para velejar a tempestade da criação. Siga a diante
Gostei muito de 'Ego'.
Abraço
oi gabriela,
fiquei parado na sua teimosia...
Oi Gabriela
Bem vinda ao Sangue novo
Gosto da poesia concentrada em teimosia.
Poesia de qualidade.
Sangue novíííssimo.
Muy bueno, Gabriela.
Dizem que a poesia é um caminho sem volta quando se começa a catar as pedras... seja bem-vinda, Gabriela.
Chegando e bem vinda. Super feliz que Sangue Novo tem seu sangue agora. Sinal de que a paixão aumentou!
Beijos
Dinda Li, trabalhando com vocês!
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