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LUZES DA CIDADE
As luzes da cidade dizem tanto...
Que é natal nos comércios e avenidas,
que há fome no fogo dos malabares
e desejos em letras coloridas
Há rezas e comércio nos altares
luminosos de impérios catedrais.
Nesta ribalta de sonhos vendidos
as luzes da cidade dizem tanto
com suas neuróticas sinaleiras:
param a vida, param automóveis.
O homem multiplica sua sombra,
se parte, se reparte, se divide.
Colorido pelos letreiros frios
vive na sombra, morre em preto e branco.
“OFF-ROAD”
Sou um bicho da cidade.
Da luz só me disseram postes e semáforos
e me agrada a sombra dos toldos.
O cheiro do asfalto quente,
ao meio-dia,
sufoca e empana meus olhos.
Às vezes a saudade aperta
e quero voltar a caminhar sob o sol
numa lembrança de ser.
Todo fim de tarde namoro as flores que sobraram na feira.
Eu quero tanto enxergar por trás daqueles muros...
METONÍMICO
Diz-me o que me transborda
O bordado que não cessa
Porque não cabe num copo
A linha que me atravessa
E na fazenda marcada
Sua virgem tez derramada
Desnuda o ponto na sobra
Desdobra o copo nas águas.
6 comentários:
André tem uma musicalidade que me agrada. Metonímico, por exemplo, é muito bom. Sem muito rigor formal, imagens interessantes... Seja bem vindo ao Sangue Novo, André.
André tem uma caracteristica peculiar, todos os seus poemas transpassam sentimentos q atingem todos que o leem. confesso q nunca tinha lido, mas gostei muito! André é meu professor, e sinseramente, ele tem um talento incrivel, e uma paixão entusiasmante. Parabéns !
a busca do sublime... nos detalhes da simplicidade...
André, gostei muito do que escreve. Metonímico também chamou minha atenção. Abraços
Sim como Victor salientou, muita muiscalidade em teus escritos.E, sem perder-se com floreios constroe uma poética bem fundada.
"Morre em preto e Branco", dentre outras coisas gostei muito disso, André. Modo sintético e profundo de expressar-se diante da vida. Parabéns!
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