ASTRID CABRAL (FÉLIX DE SOUSA) nasceu a 25/09/36 em Manaus, AM, onde fez os primeiros estudos e integrou o movimento renovador Clube da Madrugada. Adolescente ainda transferiu-se para o Rio de Janeiro, diplomando-se em Letras Neolatinas na Faculdade Nacional de Filosofia, atual UFRJ, e mais tarde, após concluir os sete anos da Cultura Inglesa, como professora de língua e literatura norte-americana pelo Instituto Brasil Estados Unidos. Concluiu o curso de História da Arte/Carlos Cavalcanti, no Rio de Janeiro e estudou arte islâmica e bizantina na American University of Beirut. Freqüentou o Language Tuition Center de Londres, o Loop College e o Truman College de Chicago aperfeiçoando os conhecimentos de inglês. Lecionou língua portuguesa e literatura brasileira no ensino médio carioca e na Universidade de Brasília, onde integrou a primeira turma de docentes saindo em 1966 em conseqüência do golpe militar. Antes de afastar-se cursou o mestrado de letras concluindo todos os créditos exigidos. Em 1968 ingressou por concurso no Itamaraty, tendo servido como Oficial de Chancelaria em Brasília, Beirute, Rio e Chicago. Com a anistia, em 1988 foi reintegrada à UnB, passando a lecionar modernismo brasileiro, barroco e arcadismo no curso de graduação em letras. Ao longo de sua vida profissional desempenhou os mais variados trabalhos, fora e dentro da área cultural. Serviu na Embaixada do Brasil em Beirute e no Consulado Geral brasileiro em Chicago. Trabalhou vários anos no Arquivo Histórico do Itamaraty e no IBECC, órgão do MRE ligado à UNESCO. Detentora de importantes prêmios na área de poesia, figura em mais de quarenta antologias no Brasil e no exterior. Tem igualmente participado de movimentos ligados à oralização da poesia no Rio de Janeiro, tais como Poesia Simplesmente e Panorama da Palavra, além de outros. Idem de congressos e celebrações poéticas nacionais e internacionais. Colabora com assiduidade em jornais e revistas especializadas. Foi fundadora da Associação Nacional dos Escritores de Brasília e pertence ao PEN CLUBE do Brasil. Traduziu vários livros para a Biblioteca de Seleções e para a Editora Global, “Walden ou a Vida nos bosques” e “Desobediência Civil” de Henry David Thoreau. Viúva do poeta Afonso Félix de Sousa, com quem conviveu mais de 45 anos, é mãe de cinco filhos. Atualmente reside no Rio de Janeiro.
Obras publicadas:
Alameda (ficção) 1ª edição: GRD, Rio, 1963; 2ª edição: Editora Valer, Manaus, 1998
Ponto de cruz (poesia) Cátedra, Rio, 1979
Torna-viagem (poesia) Pirata, Recife, 1981
Zé Pirulito (história infantil) Agir, Rio, 1982
Lição de Alice (poesia) Philobiblion, Rio, 1986
Visgo da terra (poesia) Edição Puxirum, Manaus, 1986
Rês desgarrada (poesia) Thesaurus, Brasília, 1994
De déu em déu (poesia reunida) Sette Letras/Biblioteca Nacional, Rio, 1998
Intramuros (poesia) Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 1998
Rasos d’água (poesia) Co-edição Governo do Amazonas, Editora Valer, Manaus, 2003
Jaula (poesia) Editora da Palavra, Rio de Janeiro, 2006
Ante-sala (poesia) Editora Bem-te-vi, Rio de Janeiro, 2007
Antologia pessoal, Thesaurus, Brasília, 2008
Antologia/50 poemas escolhidos pelo autor, Edições Galo Branco, Rio de Janeiro, 2008
Sobre escritos/ Rastro de leituras (crítica literária) Editora da Universidade do Amazonas, Manaus. No prelo.
Obras publicadas:
Alameda (ficção) 1ª edição: GRD, Rio, 1963; 2ª edição: Editora Valer, Manaus, 1998
Ponto de cruz (poesia) Cátedra, Rio, 1979
Torna-viagem (poesia) Pirata, Recife, 1981
Zé Pirulito (história infantil) Agir, Rio, 1982
Lição de Alice (poesia) Philobiblion, Rio, 1986
Visgo da terra (poesia) Edição Puxirum, Manaus, 1986
Rês desgarrada (poesia) Thesaurus, Brasília, 1994
De déu em déu (poesia reunida) Sette Letras/Biblioteca Nacional, Rio, 1998
Intramuros (poesia) Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 1998
Rasos d’água (poesia) Co-edição Governo do Amazonas, Editora Valer, Manaus, 2003
Jaula (poesia) Editora da Palavra, Rio de Janeiro, 2006
Ante-sala (poesia) Editora Bem-te-vi, Rio de Janeiro, 2007
Antologia pessoal, Thesaurus, Brasília, 2008
Antologia/50 poemas escolhidos pelo autor, Edições Galo Branco, Rio de Janeiro, 2008
Sobre escritos/ Rastro de leituras (crítica literária) Editora da Universidade do Amazonas, Manaus. No prelo.
*
Ontem, Astrid Cabral participou do Projeto Com a Palavra o Escritor, na Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, às 17 horas. Foi apresentada pelo poeta Luís Antonio Cajazeira Ramos. Amanhã, dia 10, será a vez da cidade de Maracás receber a poeta amazonense, em um grande evento, como soe acontecer na Cidade das Flores, com a participação sempre especial do Grupo Concriz. E no dia seguinte, sábado, 11 de setembro, encerrando a jornada poética de Astrid, ela irá participar do projeto Travessia das Palavras, em Jequié, a Cidade Sol, que também contará com a presença da turma boa do Grupo Concriz. E viva a Poesia!!!
PERFIL
Dona de casa
dona de nada
escrava de lavras
à terra amarrada.
Mãe de família
mãe de alegrias
entre lutos e sustos.
Jaqueira imensa
cheia de frutos.
Poeta nas horas vagas?
Poeta nas horas plenas
embora raras...
O mais, não vale a pena.
DAS COISAS
Algumas são perecíveis.
As comestíveis, por exemplo,
tão assimiláveis e semelhantes
nas urgências e desgastes do corpo
tão irmãs no destino decadente
mergulham conosco na voragem.
Outras são descartáveis
e se afastam de nós cada vez mais
rejeitadas por nossos gestos
rebaixadas a lixo e ainda assim
recicláveis com direito pleno
à metamorfose e reencarnação.
Grande parte das coisas
é de assombrosa resistência
matéria incólume pelas eras
muralhas e pirâmides de pedra,
pontes, arcos, e torres de ferro,
coroas de ouro e diamante.
Efêmeros seres em trânsito,
devemos conviver com presenças
tão duradouras que até diríamos
participantes da eternidade.
Destas mantemos distância
devido às incompatíveis esferas.
Abro o guarda-roupa e encontro
os casacos com que meu filho
enfrentou a neve de Chicago
e caminhou ao sol da Califórnia
a camisa de um ido Carnaval.
Restos de seu rastro no mundo.
Não fosse a vida humana
assim breve, impermanente
poderia vesti-los a qualquer instante
perfeitos, embora pendurados
bem mais de uma dezena de anos
nos ombros fantasmas dos cabides.
Como disse um amigo às vésperas
de seu embarque definitivo:
o mundo só se acaba pra quem morre.
Daí a sobrevivência das coisas.
Apesar da aparência precária
de mudez e paralisia, resistem.
Longo é o circuito de tantas coisas
Pequenas enquanto o tempo nos destrona
Derrubando-nos ao rés-do-chão.
ASTRID CABRAL
6 comentários:
José Inácio,
Muito bacanas os eventos com Astrid Cabral. Ela é tudo isso, uma grande poeta e mais: uma pessoa excelente, simples e generosa.
Abraços
Sérgio Bernardo
Meu caro José Inácio
Parabéns pela iniciativa de levar Astrid Cabral para os programas Travessia das
Palavras, Com a palvra o Escritor e Uma prosa com Versos.
Além de um belo poeta de ressonâncias telúricas, você é um notável homem de letras, pela intensa atividade com que vem marcando sua atução intelectual.
Cumprimentos do seu
Francisco Marcelo Cabral
Benvinda, Astrid, a Bahia é anfitriâ amorosa.
Fiquei com pena de não ter ido nem tampouco sabido. Gostaria de entrar na lista de divulgações destes eventos: livianataliass@gmail.com
Abraço e parabéns!
Astrid querida, não consegui me conter: desobedeço seu pedido, pra (daqui do planalto) te celebrar nessa cidade lindíssima, junto com os baianos que vão te ouvir.
Aliás, lindíssima está você nas fotos. Vai brilhar no evento, já vejo.
Abreijos,
Angélica
Prezado José Inácio: envie o meu abraço para a importante escritora Astrid Cabral. Eunice Arruda
Postar um comentário